Esta semana, conversando com uma amiga, que é profissional da saúde, percebi que as pessoas, mesmos as mais preparadas e com olhar “clínico”, nem sempre estão atentas às condições sanitárias e aos procedimentos para garantia da saúde de um estabelecimento de beleza
Imaginem... ela não verificava se o salão onde cuidava dos pés e das mãos, usava autoclave e nem conferia se os materiais que a manicure usava tinham seu invólucro (utilizado para esterilização) aberto na sua frente, isto é se realmente eram esterilizados. Para ela, era óbvio que todos os materiais fossem devidamente esterilizados em autoclave.... Mas não é!
Por isso, resolvi escrever este post, para alertar as pessoas sobre os perigos que elas podem correr quando não estão atentas. Afinal, nós somos co-responsáveis e temos que estar vigilantes, pois o salão de beleza é um ambiente propício para a contaminação por vírus, bactérias e fungos.
Um simples corte, enquanto se tira a cutícula com o alicate, pode expor uma pessoa aos vírus da Aids e da hepatite C (maior índice de virose transmitida dentro de salões de beleza) e hepatite B que são transmitidos por meio do sangue. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é possível que surjam todos os anos três a quatro milhões de novos casos de hepatite no planeta – uma doença de difícil cura e com altos níveis de contaminação dentro dos salões de beleza.
A hepatite B, apesar de não ser tão comum, é possivelmente a doença mais grave transmitida quando se faz a unhas na manicure. O perigo, é que mesmo lavando o sangue do alicate, o vírus continua presente no instrumento por até uma semana.
As verrugas, também transmitidas pelos vírus, podem acometer regiões ao redor das unhas das mãos e dos pés. Qualquer um dos objetos da manicure pode transmitir verrugas. O tratamento pode ser bastante dolorido e demorado, sem contar que as verrugas podem se multiplicar na pele.
Autoclave para esterilização de materiais usados no procedimento de cuidado das unhas |
O ritmo frenético dos profissionais de manicure e pedicure, que normalmente atendem muitas clientes por dia, podem comprometer uma adequada esterilização dos equipamentos. Em estudo realizado pela Secretaria de Saúde de São Paulo, foi constatado que um em cada dez profissionais tem hepatite e que são poucos profissionais que lavam as mãos nos intervalos entre clientes e menos ainda usam antisséptico, como álcool a 70%.
O uso da autoclave, a mesma utilizada em hospitais para esterilização é norma da ANVISA> Ela deve passar por inspeção frequente com controle de qualidade microbilógico, porém muitos salões usam “forninhos” que não esterilizam nada. Então você está correndo perigo, caso o salão que você frequenta não usa autoclave.
Se você não tem certeza de que o salão esteriliza tudo e que você usa (palito, lixa de unha e de pé e espátula descartáveis) então leve seu kit de casa e não utilize recipientes para colocar os pés ou as mãos de molho. Sobretudo você tem o direito de verificar se o salão tem autoclave e perguntar sobre como é feita a esterilização.